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20 de dezembro de 2007 — anacarolina

Corumbá – Porto Quijarro, Bolivia!

1-067.jpg1-021.jpg1-021.jpg1-021.jpgQuarta-feira, 19 de Dezembro de 2007.

Chegamos a rodoviária as 06h00 da manha, sob um chuvisco, nuvens e mormaço. Por sorte, o clima estava mais ameno e receptível (diriam alguns teóricos, que o calor gera fraqueza física e mental nas pessoas, justif1-067.jpg1-067.jpgicando a dominação do norte desenvolvido sobre  

  

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 o sul indolente. Balela!). Já no amanhecer do dia tivemos o privilégio de tomar uma poderosa vitamina para então atravessarmos a fronteira. Eis que o nosso objetivo começava a ser alcançado. Estávamos prestes a pisar na Bolívia, e mais uma vez mudarmos todos os nossos conceitos. Estávamos nos aproximando dos verdadeiros fatos políticos, sociais, econômicos e culturais daquele país. O ônibus-fronteira- custou R$ 1,50 do centro de Corumbá até a receita federal. Todos recebemos o visto de entrada numa boa e então tomamos um carro (R$ 8,00) até a estação do ‘trem da morte’ em Porto Quijarro. O sol já raiava forte, e como a maioria das cidades fronteiriças, péssima sua infra-estrutura, ruas esburacadas e de terra, muita poeira e sujeira. Calor nem se fale. O que não passamos de calor em Corumba- considerada bastante quente- a terra dos Aymaras e Quéchuas não nos pouparam. Pra nossa infelicidade, chegando aos guichês da estação, descobrimos que não haviam mais passagens de trem, e previsão apenas para Domingo numa classe intermediária (4 dias de espera ??) ao custo de 92 Bolivianos. A classe mais econômica, já esgotada, custava Bs 52, e as demais acima de Bs 150. Fomos ao terminal de ônibus, aonde as passagens custavam Bs 150 bolivianos no mesmo tempo de viagem.

A estrada até Santa Cruz de La Sierra é de terra em boa parte do trajeto, esburacada, … Para nós, seria muito melhor viajar de trem. O que fazer ? Não faltavam cambistas fazendo ‘rolos’ de passagem ao valor de Bs 250. Algo incerto e bastante caro, mas com boa audiência de alguns brasileiros já alguns dias na fronteira. Pois que nesse meio tempo, amarelo apresentou-se como imprensa e membro do coletivo na secretaria da estação do trem, e logo estávamos comprando nossas passagens até então ‘esgotadas’. Em 1 hora conseguimos nossas 4 passagens até Santa Cruz ao preço de Bs 115 (em torno de R$ 36.00). Finalmente, tudo certo. Ruta Bolívia.

Por ser fim de ano, há um grande fluxo de pessoas passando por Corumbá, rumo a Bolívia. Principalmente Paulista. O fluxo intenso gera especulações, ‘falta de vagas’ no trem e no ônibus. No exterior, mesmo sendo brasileiros, estamos sujeitos a grande especulação. A Bolívia tem no Turismo boa parte da renda do país e mesmo com déficit na infra-estrutura seguem ampliando suas visitações mesmo com os conflitos políticos. Daí para frente, os preços nos são declarados por apenas um olhar, cor da pele e fisionomia ocidental. Se não tem aparência indígena, prepare-se para a ‘PECHINCHAR’!!! Em contra partida, do câmbio não podemos reclamar, pois em 4 vindas para cá, é a primeira vez que o Real alcança soldos tão favoráveis (R$1 = Bs 3,77). Em comparação com as outras viagens, ganhamos 1 boliviano por real empenhado.

A estrada sempre tem muito a nos ensinar!

Mesmo sendo a 4 vinda do Coletivo Soylocoporti a Bolívia, nunca havíamos entrado por Corumbá, via o ‘trem da morte’. Na 1 vez entramos por Cuiabá/Caceres (fronteira com Sao Matias); na 2 vez entramos pelo Peru, na 3 vez pelo norte da Argentina (La quiaca – Villazón) e agora por Corumbá – MS. Há muita gente ‘ilhada’ por aqui, a espera de vagas no trem. A tendência é piorar. O sol explode como nunca e parece que ele quer secar qualquer fonte de pensamento.

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