Autodeterminação dos povos e integração latino-americana por meio da valorização da cultura e da democratização da comunicação.

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3 de fevereiro de 2009 —

uma outra Economia acontece

O grande tema do FSM2009 inevitavelmente seria a Economia. Mas para além da crise financeira, pudemos ver muitos debates a respeito das possibilidades de mudança, e a grande oportunidade que temos a nossa frente para isso, com uma luz brilhando em direçao da Economia Solidária.

Diversos painéis foram a respeito deste tema, bem como havia uma grande Feira de Economia Solidária no campo de evento. Além de diversos representantes da ecosol do Brasil e do mundo, pude presenciar o Encontro Internacional de Economia Solidária, com a presença de Paul Singer.

Ele representa hoje o maior pensador deste tema no Brasil, trabalha teorica e praticamente a 13 anos com esta linha de ação, e nos mostra como podemos ser simples, concisos e claros a respeito de uma idéia tão completa de mudança social/cultural/política.

Para os que não sabem ainda do que se trata, a Economia Solidária é uma forma atual de cooperação, autogestão e articulação em redes para uma nova economia, baseada na solidariedade entre os participantes, na consciencia de que a economia é parte do elo social, da cultura de um povo, preocupada com a ecologia, a democracia entre seus participantes e com o equilíbrio social.

Hoje são 22mil empreendimentos cadastrados no país, com 2 a 3 milhões de pessoas integradas nesta rede. O Sistema Nacional de Economia Solidária tem trabalhado bastante para ter dados quantitativos e qualitativos a respeito e acompanhamento.

Na mesa de debates, Carlos Bedoria foi mais radical. Peruano, defendeu que os povos latinos devem lutar por recuperar seus recursos financeiros, naturais e culturais. Ainda, ressaltou que este é o momento propício para o desenvolvimento social desta região, ampliando as finanças solidárias através da UNASUR.

As finanças solidárias são uma nova visão de que mesmo no sistema financeiro nao podemos nos esquecer da sociedade e das pessoas que participam dele. Pra que lucros absolutamente altos e escravização das pessoas? Se é possivel equilibrarmos os ganhos dos dois lados, quando nos desvinculamos dos grandes oligopólios e analisamos melhor a estrutura social, isso é possivel. Foi assim que Mohammed Yunus criou o Grameen Bank em Bangladesh e tem mudado a realidade de país tão sofrido.

Bedoria ainda enfatizou que estamos atravessando uma crise de sustentabilidade social, na qual a esfera produtiva se sobressai à reprodutiva, deixando que a sociedade não se preocupe com o bem-viver de seus membros, da reprodução da vida diária das mulheres e da sociedade como um todo.

Um outro estudioso do Egito (membro da APSO – Afro-Asian people solidarian organization) pautou esta crise como a crise dos 3F (food, fuel, financial). Isso explica bem a atual conjuntura internacional, na qual guerras são travadas por um ou mais destes itens, e onde vemos a sociedade carente de tantos recursos em alguns lugares ao mesmo tempo em que podemos ver um sistema falho e em decadencia.

entao, todos devemos pensar no CONSUMO que temos, pra estarmos conscientes de apoiar um ou outro desenvolvimento. Por isso eu sempre digo: não compre verduras no Wall Mart! vá às Feiras Locais, ao verdureiro !! é mais legal, social e economico ! voce acaba conhecendo a vizinhança e se sentindo parte de algo maior, a sociedade humana da qual todos deveriamos ser membros.

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