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14 de fevereiro de 2009 —

Ilha de Marajó

Em tempos antigos, esta parte do nosso país foi chamada de Eldorado na terra. Muito compreensível quando nos deparamos com uma extensão tão grande de terras, em meio a um ainda maior rio-mar (significado de Rio Pará em Marajoara) e tanta diversidade de vida.

Nesta época do Ano somente tres dos 17 municípios da ilha podem ser visitados facilmente, pois devido a época de chuvas tudo fica alagadiço, incluindo as estradas de barro batido da maior parte da ilha. Sem falar nas marés fluviais que são muito grandes, e que em Cachoeira do Arari deram o nome para um bairro: Choque. Local conhecido por, nesta época, ser possível pescar em meio às palafitas da população.

A beleza e extensão realmente impressionam. São campos enormes com muitos búfalos, vacas, cavalos, bois, cabritos … tudo solto e livre. Alguns pertencem a fazendeiros da região, que aqui estão a muitas gerações e tem grandes extensões de terras. Segundo um deles, proprietário de 20km de extensão em Cachoeira do Arari, a região já foi grande produtora do queijo marajoara (de búfalo), mas atualmente as fábricas fecharam, mas o queijo continua forte para quem aqui está.

Importante ressaltar que tudo que daqui temos por aí, não é igual. Aliás, é bem diferente. Por isso vou escrever um post só sobre isso. (!)

Soure é a capital do Marajó, uma vila mais estruturada, mas que também está muito dependente da riqueza da região. Praias com mangues misturados, assim que vemos este lugar. Palafitas, areia misturada com argila. Uma maré baixinha pela manhã, e quase perdemos de vista a areia com a crescente da maré, que alaga até a beirinha, sendo dificil acesso neste horário.

 Muitas árvores ficam com as raízes expostas durante todo o dia, pois a maré baixa muito, mas durante a noite, elas tem que ser fortes para conseguir manter-se ali. A lua cheia foi um espetáculo à parte, iluminando muito a noite fresca de Soure.

As chuvas constantes e o intenso calor da região favorecem o crescimento de muitas plantas, por todos os lados podemos ver frutas, sementes e insetos. È um local com muita vida.

Algumas pequenas poças de água se formam durante o dia, onde é possível catar argila de boa qualidade.

 

 

Mas o paraíso mesmo é em Salvaterra. Uma praia de água doce com muito estilo e descontração. A maioria das pessoas ali é receptiva, e nós fomos acolhidos pelo bondoso Edi, que nos cedeu um quarto de sua pousada, atualmente desativada para reparos e que se prepara para a alta temporada, em julho.

Ali a população vive bem e com tranquilidade. O principal meio de transporte é a bicicleta, que leva um, dois, tres, quatro pessoas. Até as crianças vão segurando no guidão junto com suas maes (vi uma de uns dois anos), aliás, aqui as crianças são bem espertas, rápidas e atentas. Filhos de índios, com menos frescura e mais liberdade, desenvolvem-se rapidamente.

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