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21 de fevereiro de 2010 — sorriso

Carnaval em Pernambuco, um carnaval que vale por muitos

Brinde de abertura da casa da Mãe Joaninha

Brinde de abertura da casa da Mãe Joaninha. Jonas, Milena, Marcelo e Fátima. A quinta mão é a minha.

A frase do título desse post é o slogan do material publicitário do carnaval de Pernambuco desse ano produzida pela Fundarpe (Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco) e eu pude provar que é verdade nestes quatro dias que passei por Olinda e Recife. Uma maratona que é capaz de cansar o maior dos atletas.

Se eu fosse contar cada detalhe desta história precisaria de um livro. Aliás, essa foi a ideia que o Gabriel deu depois de uma fatídica quinta-feira de abertura do carnaval no Fortim do Queijo em Olinda. Segundo ele, o livro se chamaria “Amarelo no carnaval de Olinda, biografia não autorizada”. De fato não quero entrar em muitos detalhes sobre esse dia, só posso contar que acabei sendo acordado pelo segurança do camarote já no final do show do Mundo Livre S/A, coisa pela qual não me orgulho nem um pouco. Ao menos esse fato me ajudou a conter os ânimos e o resto do carnaval foi salvo.

A casa do capitão presença, o forte da cinco pontas

A casa do capitão presença, o forte da cinco pontas

Na sexta entramos num ritmo frenético de folia. Dormíamos no máximo três horas por dia, quando dormíamos. Carnaval em Recife/Olinda é assim. Você passa o dia inteiro seguindo os blocos pelas ruas da cidade patrimônio da humanidade, Olinda, e a noite a festa acontece em Recife, com mais de 15 pólos de animação e só show de altíssima qualidade. Algumas atrações que acompanhei em Recife: Zeca Pagodinho, Otto, Lenine tocando com Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown, Jorge Ben Jor, Zé Ramalho, Cordel do Fogo Encantado, CEU e Original Olinda Style (Eddie + Orquestra contemporânea de Olinda). Ufa, haja fôlego pra acompanhar tudo. E isso que não cumpri nem 10% de toda a programação que estava disponível. Naquela quinta fatídica em Olinda, ainda vi o show de Alceu Valença e um pedaço da Academia a Berlinda e Mundo Livre S/A.

Camarote no galo da madrugada com Ciro Gomes, Eduardo Campos e Dilma Roussef

Camarote no galo da madrugada com Ciro Gomes, Eduardo Campos e Dilma Roussef

São muitas atrações mesmo no carnaval multicultural de Olinda/Recife. O mais interessante é que são poucos os artistas que citei que não são de Pernambuco. Só o estado que é um dos celeiros culturais deste país poderia oferecer tamanha diversidade de atrações e elas se harmonizarem na maior festa brasileira, o carnaval (não que esta seja a única ocasião que isso aconteça, mas de fato deve ser a maior oportunidade).

Em Olinda pude presenciar o maior carnaval de rua que já participei e arrisco dizer que seja um dos maiores do mundo. Milhões de pessoas fantasiadas descendo e subindo ladeira seguindo os blocos de frevo que animam a multidão.

Carol nos apresenta o gole mágico! Sem ele não sobreviveríamos a esse carnaval.

Carol nos apresenta o gole mágico! Sem ele não sobreviveríamos a esse carnaval.

Encontrei vários colegas super heróis na sala da justiça. Eu, na verdade, um anti-herói que sofre um preconceito diário, o capitão presença que fez contatos imediatos do alto da ladeira da misericórdia, na catedral da Sé. Pude compartilhar alguns momentos com os não tão super heróis que estavam na minha casa, a tropa de Borats, que até entrevista pra televisão deram no seu visual bizarro com suas cuecas com alças nos ombros num auto-chazão muito engraçado de se ver.

Aliás, a casa na qual fiquei é um capítulo a parte nesta história. Devo agradecer muito a oportunidade de Rogério e toda a galera ter me recebido, o único paranaense por lá. Só não estava tão excluído regionalmente, pois havia um gaúcho, o Vicente (por coincidência ou não, o apelido dele é vermelho) que compartilhou a representação sulista na casa da mãe joaninha.

Noite no Recife, palco rEc bEat ao fundo.

Noite no Recife, palco rEc bEat ao fundo.

Tanta coisa pra contar, e não quero deixar esse texto um tratado. Como coloquei no começo deste post, não vou fazer um livro, mas na abertura do carnaval ainda teve o galo da madrugada em Recife, o maior bloco de frevo do mundo. Mais de dois milhões de pessoas pelas ruas do Recife antigo. E quem estava num dos camarotes? Nada menos que Ciro Gomes, Eduardo Campos e Dilma Roussef. Claro, fizemos uma intervenção política na frente do camarote, inclusive o capitão presença puxou um “Dilma legaliza!”, sem entender nada, Dilma olha para Ciro Gomes que faz um gesto manual como se soltasse uma pipa. A multidão então também responde “Ciro bota um!!”. Cenas cômicas e inusitadas que só poderiam acontecer num carnaval tão especial como é o carnaval por estas bandas.

Estão todos convidados, ano que vem pretendo estar lá de novo, se minha conta bancária deixar é claro. Mas fique espert@. Quem se programa paga menos, tanto passagem como casa e outras coisas necessárias para passar por lá.

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