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2 de junho de 2010 — sorriso

Babylon by bus

Todos os dias, bilhões de trabalhadores e trabalhadoras em todo o mundo se descolocam de suas casas para o seu trabalho e do seu trabalho para suas casas num movimento quase automático de reprodução de uma ordem quase imutável. Para ajudar, boa parte deles utiliza veículos que lançam toneladas de resíduos no ambiente que são prejudiciais as suas próprias “vidas”, das quais achamos que temos controle.

Esse ordenamento que beira o caos e que, mesmo sendo altamente racionalizador, para mim está longe de ser racional, aprisiona a vida para cultuar a morte. A morte das próprias condições que possibilitam a vida humana nesse planeta.

A mentira dos movimentos ambientalistas com o discurso da preservacionista, só contribui para aprofundar a ilusão de que um dia conseguiremos nos desenvolver com sustentabilidade. Essa ilusão também nos faz crer que pequenas ações individuais podem mudar o mundo e, como consequência da sociedade civil atomizada, o senso de responsabilidade coletiva para impedir a catástrofe com a qual estamos contribuindo, fica relegado a comprar um novo carro que obrigará a concessionária a plantar dez novas árvores.

O fato é que desenvolvimento sustentável é impossível na lógica escravizadora que o capitalismo impôs para humanidade. Nem a palavra desenvolvimento existia em nosso vocabulário até pouco tempo atrás. Ela é uma adaptação da palavra do inglês development e fica sem sentido se aplicada sem se dizer desenvolver o quê. Desenvolver a economia? A sociedade? A vida? Nem se sabe de que ponto partimos e para que ponto caminhamos. A humanidade não tem um projeto próprio para si mesma. Já o capitalismo tem: Exaurir todos os recursos naturais e transformar tudo, todos e todas em propriedade. Só na hora que entendermos que não temos que preservar o ambiente, mas sim a nossa própria espécie, é que acho que criaremos um ambiente propício para um salto qualitativo em nossas formas de nos organizarmos em sociedade e para ações coletiva que revertam, ou pelo menos freiem, o desastre para o qual a humanidade caminha.

A reprodução do capitalismo chegou a um ponto tão metafórico, que me parece que chegaremos ao extremo da luta de classes ser travada entre seres humanos e o próprio capital. Sei das consequências em fazer tal afirmação. A primeira mais imediata que me vem seria a impossibilidade de atribui personalidade ao capital como ator político e quem dirá coletivo. Mas se imaginarmos que a evolução tecnológica está possibilitando criar máquinas com inteligência suficiente para tomar certas decisões autonomamente, essa perspectiva se torna um pouco menos absurda. E se o capital se reproduzi-se independente da ação humana?

Veja também:

Documentário la servidumbre moderna

http://pistasdocaminho.blogspot.com/2010/05/dia-mundial-do-escravo-documentario-da.html

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