Diálogo com Jesus…
Num bar underground pela cidade de Curitiba eis que encontro meu velho amigo Jesus:
– Jesus, tu tem que ajudar a mobilizar a marcha da maconha em Curitiba, o que tu acha?
– Eu não, não vou tomar borrachada na cara a toa, tu viu o que aconteceu em 2008? Aqui em Curitiba tem muita gente que fala em meu nome defendendo a paz e a ordem, mas são uns conservadores atrasados dá época do Adão e Eva. Prefiro plantar em casa e com isso combater a maldade gerada pelo tráfico de drogas.
– Mas Jesus, tu não defende a legalização? Você acha que as mudanças políticas vão cair do céu?
– Não, os seres humanos vão fazê-las. E por isso, só vai dar merda.
Nesse momento, eu tava indignado e querendo convencer de que a luta pela legalização só vai conseguir algum resultado se for através do enfrentamento direto, e acabei perguntado: Não tem nada que te faria se sacrificar por essa causa? E ele respondeu.
– Não, uma vez morri pela humanidade inteira e olha a merda que vocês fizeram. Hoje não tomo mais borrachada. Tô de boa agora. Espero que um dia os seres humanos vejam com seus próprios olhos. Tudo que meu pai criou está aí pra ser usado com sabedoria e respeito. Com todo mundo querendo escravizar todo mundo, boa coisa é que não pode dar no final das contas. Como diz um amigo meu lá de Belo Horizonte, é o tal de Capeta-lismo o culpado de tudo. E afinal, 2012 tá aí, sabe como é… Estamos no final da era de peixes. Agora entrará a era de aquário e vou tirar umas férias. Vou para o planeta THC X9 curtir uma praia. Quero ver quem vai salvar vocês dessa vez. Do jeito que a coisa anda, só consigo ver a barbárie que isso tudo vai virar.
No final, ele me deu um presente dizendo que havia trazido lá dos Estados Unidos. Comprou na body shop. Enquanto a gente fica batendo cabeça por aqui, os caras já estão se libertando por lá. Quem ainda acha que maconha é motivo de vergonha e condenação põe e dedo aqui que já vai fechar e nunca mais vai abrirrrrrrrrrrrrrrrrrrrr!!!!!
Canalhas, seres humanos mais desumanos, arrependei-vos, é chegada a vigésima quinta hora.