15 de junho de 2010 —
quero quero quero
sim, quero mais, muito mais,
e daí?
por isso me movo, rosno, mordo
– antes a ferida aberta que o ser estagnado
por isso canto e ouço
não tenho metas, retas
somente ideais, curvas e setas
não quero me embalar em papel celofane
– me cansam as exigências do mundo
(por onde passo distraída
enquanto observam vitrines)
eu quero a sorte de um amor tranquilo
com sabor de pera mordida
quero olhares entregues e mãos abertas
sonos pesados e passos leves
quero a terra livre e o diálogo franco
quero
quero
quero