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18 de novembro de 2008 — por anacarolina

A indústria da Multa em Curitiba

Se já não bastasse a demagogia, falta de propostas e conteúdo da maioria dos candidatos nas eleições municipais, nos confrontamos com oportunismos baratos como a do candidato reeleito à prefeitura de Curitiba, Beto Richa. Mal deu tempo para as ruas da capital serem limpas pela enxurrada de “santinhos”, imediatamente 1 dia depois das eleições e semanas seguintes, recomeçaram os transtornos na região central da cidade. Passado esse período “esponja”, amorfo e de grandes propostas mirabolantes, em que os candidatos buscam a qualquer custo agradar os eleitores e garantir seu votinho na urna, retomou-se as obras “indispensáveis”: ruas e tubos fechados de forma arbitrária e sem aviso prévio aos usuários; caos, bagunça e confusão se misturam no centro da “cidade modelo”.
O que mais tem feito o sr. prefeito é recapear ruas e seus canteiros de obras, enquanto escolas, creches e moradias populares estão caindo aos pedaços. Eis que a prioridade em nossa cidade são os carros ao invés dos cidadãos. Os carros possuem maior atenção do que as pessoas. As políticas públicas beneficiam a sociedade do consumo, supérfluo, em rodas, do desrespeito ao pedestre, que estimulam a poluição, o sedentarismo e por consequência tentam “enquadrar” as dezenas de milhares de motoristas, através da INDÚSTRIA DA MULTA, nos moldes do trânsito exemplar. Insustentável! Prioriza-se a repressão e exploração econômica do condutor, à políticas preventivas e educativas do transito local.

Pelo fato de *Curitiba ser a capital com o maior número de carros por habitantes no Brasil, não há alternativa senão diminuir as unidades de carro, com políticas claras para o fomento do transporte coletivo, que beneficiem ciclistas e pedestres. Mas não, o atual prefeito insiste em prometer metro, ampliação de ciclovias e favorecimento do transporte público no período eleitoral, para logo depois, rasgar tudo que disse, e assumir políticas individualistas e anti-humanas para o transporte, acariciando lobbistas, como empreiteiras e construtoras, indústria automobilística e a “INDÚSTRIA DA MULTA” na condução da política urbana de Curitiba. A prefeitura tucana insiste em fazer o caminho inverso: alargar ruas e avenidas ao invés de investir na qualidade do transporte público; punir motoristas com multas descabidas e sem critérios claros ao invés de desafogar o trânsito com políticas educativas e preventivas.

Eu mesmo fui vítima desse caos no centro da cidade: eis que na semana seguinte as eleições municipais, transitava pelo Av. Floriano Peixoto, e passando pelo cruzamento com a Av. Visconde de Guarapuava, devido as obras da prefeitura, o trânsito estava parado, amontoado, desorganizado, horas de espera; eis que no momento em que fiquei preso entre os cruzamentos das ruas, resolvi fazer a conversão a esquerda para não atrapalhar o trânsito da Guarapuava. Pois bem, foi aí que o “guardinha da Diretran” me multou por fazer conversão errada. Eis minha indignação: nenhum aviso prévio foi dado a nós cidadãos a respeito das obras, roteiro de obras, sem falar que todo o perímetro próximo estava mal organizado, zoneado. A prefeitura bagunça o trânsito no centro da cidade com obras mal sinalizadas, com filas, mas na hora de fiscalizar, a Diretran, tampouco tem bom senso e respeito com os condutores!

Quem deve pagar pela desorganização das obras no centro da cidade ? A população ou a prefeitura ?

Qual o total do dinheiro arrecadado com as multas no trânsito ? Pra onde vai o dinheiro das multas ?


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