Eu tinha um amigo
que talvez por engano
pensava que era um compositor baiano
que vivia no Leblon,
Tocava de perna cruzada,
Atraia a passarada
e não admitia palhetada no seu violão nailôn.
Com ele até que fiz um som,
não digo que não era bom,
era uma chuva de bourbon prum ouvido refinado,
Mas eis que anda distante
com um sorriso minguante,
pois dizem que anda galante
por um joelho torneado,
Não sei mais por onde andou,
nossa amizade findou
e há quem diga que acabou
com a alma sequestrada,
Mas se passar pela Bahia,
com aquele ar de fim do dia,
ou em noite enluarada,
pode encontrar o bandido
no colo da mulher amada.
Diego Willian